Em um mar de remakes e continuações, Sea of Stars chega como uma brisa fresca e, ao mesmo tempo, familiar. Desenvolvido pela Sabotage Studio, o mesmo de The Messenger, este RPG por turnos presta homenagem aos clássicos dos anos 90 como Chrono Trigger, Final Fantasy VI e Secret of Mana, mas sem se limitar à nostalgia. A pergunta que fica é: ele entrega mais do que uma viagem ao passado?
Neste review completo, analisamos o que faz Sea of Stars brilhar — e onde ele ainda precisa evoluir.
🌀 A História: Uma Jornada Cósmica Clássica
Sea of Stars acompanha Zale e Valere, dois jovens “Filhos do Solstício” treinados para dominar os poderes do Sol e da Lua. Sua missão é deter os planos do alquimista Fleshmancer e suas criações grotescas, os Dwellers. Apesar da premissa simples, o jogo surpreende com plot twists, desenvolvimento emocional e um elenco secundário memorável.
Destaques narrativos:
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Personagens carismáticos com histórias próprias e bem desenvolvidas;
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Mistérios que se revelam gradualmente, incentivando a exploração;
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Diálogos bem escritos e cheios de personalidade, com toques de humor e melancolia.
⚔️ Combate por Turnos com Ritmo e Estilo
O sistema de batalha de Sea of Stars pega o melhor dos RPGs clássicos, mas adiciona timing ativo nos ataques e defesas (como em Mario RPG) e um sistema de “locks” nos inimigos, que incentiva o uso estratégico de habilidades e combinações de personagens.
O que torna o combate especial:
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Ataques sincronizados com outros personagens;
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Habilidades que dependem do momento certo para maior eficácia;
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Sem aleatoriedade nos encontros — você vê os inimigos no mapa;
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Sistema de “locks” que recompensa o planejamento tático.
O resultado é uma jogabilidade mais dinâmica e menos repetitiva, mesmo nas lutas contra inimigos comuns.
🌄 Um Mundo para Explorar (e Admirar)
A direção de arte é, talvez, o elemento mais impressionante do jogo. Os gráficos em pixel art são coloridos, animados e incrivelmente detalhados. Cada cenário, de montanhas congeladas a cavernas submersas, é visualmente único e convida à exploração.
Além disso, a trilha sonora — que inclui composições de Yasunori Mitsuda (Chrono Trigger, Xenogears) — é emocional, épica e perfeitamente integrada ao tom do jogo.
🔧 Qualidade de Vida: Moderno sem Trair o Clássico
Um dos méritos de Sea of Stars é entender o que manter e o que modernizar dos RPGs retrô. O jogo tem saves automáticos, menus ágeis, fast travel, e puzzles ambientais que tornam a experiência fluida sem comprometer o espírito clássico.
Ele também evita o excesso de grind, encorajando o jogador a avançar naturalmente — o nível dos personagens evolui de forma bem balanceada.
❗ Pontos a Melhorar
Nenhum jogo é perfeito, e Sea of Stars tem alguns aspectos que poderiam ser melhor polidos:
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A curva de dificuldade é suave demais: alguns jogadores podem sentir falta de desafios mais intensos nos primeiros atos.
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A falta de dublagem pode afastar parte do público moderno.
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Algumas masmorras são visualmente deslumbrantes, mas repetitivas em termos de mecânicas.
🎮 Veredito: Um Novo Clássico Instantâneo
Sea of Stars não é apenas um tributo aos RPGs da era 16-bit — ele é uma carta de amor jogável que respeita o passado e abraça o presente. Com combate refinado, narrativa envolvente e um mundo mágico, é o tipo de jogo que faz você sorrir enquanto joga, lembrando por que se apaixonou por videogames.
Se você é fã de Chrono Trigger, Golden Sun, ou simplesmente de boas histórias em jogos, Sea of Stars é uma experiência obrigatória.
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